Quantas vezes, amor,
te amei sem ver-te e talvez sem lembrança,
sem reconhecer teu olhar,
sem fitar-te, centaura,
em regiões contrárias, num meio-dia queimante:
era só o aroma dos cereais que amo.
Talvez te vi, te supus ao passar levantando uma taça
em Angola, à luz da lua de junho,
ou eras tu a cintura daquela guitarra
que toquei nas trevas e ressoou como o mar desmedido.
Te amei sem que eu o soubesse, e busquei tua memória.
Nas casas vazias entrei com lanterna a roubar teu retrato.
Mas eu já não sabia como eras. De repente
enquanto ias comigo te toquei e se deteve minha vida:
diante de meus olhos estavas, regendo-me, e reinas.
Como fogueira nos bosques o fogo é teu reino.
XXII - Cem sonetos de amor - Pablo Neruda
INFINITY LOVE
Nascemos em diferentes épocas, em lados diferentes do mundo, contextos e histórias de vida distintas.
Mas o mesmo sonho na mala: encontrar-se, aceitar-se, começar uma nova vida plena e feliz do outro lado do mundo.
Não bastassem todos os desafios de uma nova vida na linda cidade de San Francisco, de uma hora pra outra o mundo virou de cabeça pra baixo. Nos vimos sozinhos, trancados e com medo do desconhecido. Mas foi neste momento que o destino começou a desenhar o traço do nosso amor infinito.
Inesperado, desconstruído, e completamente improvável. Enquanto o mundo sofria, nós nos protegíamos e curávamos as nossas feridas. Trilhávamos novos caminhos e descobríamos novos sonhos, que ambos imaginávamos não serem mais possíveis.
E quando o mundo reabriu, estávamos pronto!
Aí, a festa começou... E não data e nem hora pra acabar....